Tecido Conjuntivo Propriamente Dito

Há quatro tipos reconhecidos de tecido conjuntivo propriamente dito:


  • Tecido Conjuntivo Frouxo;
  • Tecido Conjuntivo Denso;
  • Tecido Conjuntivo Reticular;
  • Tecido adiposo;

Tecido Conjuntivo Frouxo


   Caracteriza-se pela abundante presença de substâncias intercelulares relativa quantidade de fibras, frouxamente distribuídas. Nesse tecido estão presentes todas as células típicas do tecido conjuntivo: os fibroblastos ativos na síntese protéica, os macrófagos com grande atividade fagocitária e os plasmócitos na produção de anticorpos.
    Preenche espaços não-ocupados por outros tecidos, apóia e nutre células epiteliais, envolve nervos, músculos e vasos sanguíneos linfáticos. Além disso, faz parte da estrutura de muitos órgãos e desempenha importante papel em processos de cicatrização.
    É o tecido de maior distribuição no corpo humano. Sua substância fundamental é viscosa e muito hidratada. Essa viscosidade representa, de certa forma, uma barreira contra a penetração de elementos estranhos no tecido. 


Tipos de fibras


Fibras de Colágeno


São constituídas de colágeno, talvez a proteína mais abundante no reino animal. São grossas e resistentes, distendendo-se pouco quando tensionadas. As fibras colágenas presentes na derme conferem resistência a nossa pele, evitando que ela se rasgue, quando esticada.




Fibras Elásticas


São longos fios de uma proteína chamada elastina. Elas conferem elasticidade ao tecido conjuntivo frouxo, completando a resistência das fibras colágenas. Quando você puxa e solta à pele da parte de cima da mão, são as fibras elásticas que rapidamente devolvem à pele sua forma original. A perda da elasticidade da pele, que ocorre com o envelhecimento, deve-se ao fato de as fibras colágenas irem, com a idade, se unindo umas às outras, tornando o tecido conjuntivo mais rígido.




Fibras Reticulares


São ramificadas e formam um trançado firme que liga o tecido conjuntivo aos tecidos vizinhos.




Células do tecido conjuntivo frouxo







Fibroblastos 


 Os fibroblastos têm forma estrelada núcleo grande. São eles que fabricam e secretam as proteínas que constituem as fibras e a substância amorfa.

Macrófagos


Os macrófagos são grandes e amebóides, deslocando-se continuamente entre as fibras à procura de bactérias e restos de células. Sua função é limpar o tecido, fagocitando agentes infecciosos que penetram no corpo e, também, restos de células mortas. Os macrófagos, alem disso identificam substâncias potencialmente perigosas ao organismo, alertando o sistema de defesa do corpo.

Plasmócitos


Os plasmócitos são células que produzem anticorpos contra substâncias estranhas que penetram no organismo. São células que migram do sangue num processo chamado diapedese.

Mastócitos


Os mastócitos produzem Heparina (substância anti-coagulante) e Histamina (substância envolvida com as alergias).


Tecido conjuntivo Denso


   O tecido conjuntivo denso também referido como tecido conjuntivo fibroso  possui como principal constituinte fibras colágenas, que são caracteristicamente brancas (a fresco) e formadas pela proteína colágeno, principalmente colágeno tipo I que as tornam-na muito resistentes. Essas fibras são produzidas por células jovens e fusiformes denominadas fibroblastos, que são as células mais freqüentes encontradas neste tipo de tecido e cuja função é a de sintetizar colágeno, proteoglicano e elastina.
Para que os fibroblastos, possam sintetizar o colágeno que é um componente importante do tecido, é necessário a presença de algumas substâncias, como a vitamina C (ácido ascórbico). A falta de vitamina C no corpo humano leva ao impedimento da síntese de colágeno e ao aparecimento de doenças que prejudicam o tecido conjuntivo denso.
Por ser pobre em substância intercelular e amorfa, e rico em fibras principalmente as colágenas, o tecido conjuntivo denso possui como função fornecer resistência à tração e suporte.


Classificação do tecido denso


Tecido Conjuntivo Denso Não-Modelado (Fibroso)




É encontrado na derme e em cápsulas envoltórias de vários órgãos tais como o figado, rins, baço, testículos e na bainha dos nervos e não são ordenadas. Contém principalmente fibras colágenas grosseiras entrelaçadas formando uma rede que resiste as trações de todas as direções. Os feixes de colágeno são tão compactas que tornam limitado o espaço disponível para a substância fundamental, delicadas redes de fibras elásticas estão dispersas em torno dos feixes de colágeno, com freqüência, os fibroblastos, o tipo celular mais abundante deste tecido, estão localizados nos interstícios entre os feixes de colágeno.

Tecido Conjuntivo Denso Modelado (Tendinoso)




Nesse tecido os feixes de fibras colágenas estão organizados paralelamente entre si, dando-lhe enorme resistência e pouca elasticidade ao tecido. Caracteriza-se por ser resistente a trações exercidas numa só direção. Forma os tendões, que unem os músculos aos ossos do esqueleto; e os ligamentos, que são feixes de fibras contendo fibras colágenas e elásticas que conectam um osso ao outro.

Tecido Conjuntivo Elástico Denso Modelado


Possui fibras elásticas grosseiras ramificadas e somente algumas fibras de colágeno formando redes. Fibroblastos encontram-se dispersos por todos os espaços intersticiais. As fibras elásticas dispõem-se paralelas umas as outras e formam lâminas delgadas, ou membranas, que estão presentes nos grandes vasos sanguíneos, ligamentos amarelos da coluna vertebral e o ligamento suspensor do pênis.


Tecido Conjuntivo Reticular (Sanguínea)





   Esse tecido tem a função de produzir as células típicas do sangue e da linfa. 




Existem duas variações:

Mieloide: Encontra-se na medula óssea vermelha, presente no interior do canal medular dos ossos esponjosos, responsáveis pela produção dos glóbulos vermelhos do sangue (hemácias), certos tipos de glóbulos brancos e plaquetas.





Linfoide: Encontra-se de forma isolada em estruturas como os linfonodos, o baço, o timo e as amígdalas; tem o papel de produzir certos tipos de glóbulos brancos (monócitos e linfócitos).







Tecido Adiposo


     O tecido adiposo é formado por células do tecido conjuntivo que acumulam lipídios (gorduras) em seu interior, no citoplasma. Essas células, em sua maioria, são de forma esférica e maiores que as demais. A gordura armazenada nessas células servirá como fonte de energia para o organismo. Também constitui um excelente isolante térmico e isolante mecânico, pois absorve os impactos, impedindo que estes cheguem aos órgãos e os danifiquem. Pode ser de dois tipos: tecido adiposo unilocular e tecido adiposo multilocular. Originam-se dos lipoblastos, que por sua vez têm origem a partir de células mesenquimatosas.











E subdividido em:



Tecido Adiposo Branco (Uniloculares)



 Contém uma única gotícula de gordura, o que dá uma cor branca ao tecido adiposo, é vascularizado, ou seja, possui vasos sanguíneos, que formam redes capilares por todo tecido.  Está presente em camada subcutânea de todo corpo, exerce função de proteção contra choques mecânicos, isolamentos térmicos e reserva de energia. Contem receptores para varias substancias como insulina, hormônios do crescimento, noradrenalina, que facilitam a captação e liberação de ácidos graxos e livres e glicerol. Esse tecido também é encontrado ao redor de alguns órgãos como o coração.






Tecido Adiposo Pardo (Multiloculares)


  Armazenam gordura em gotículas múltiplas, a sua cor pode variar de marrom para marrom-avermelhado por causa da sua vascularização e dos citocromos presente em seus abundantes mitocôndrias. Os animais hibernastes têm bastante desse tipo de tecido, pois o calor produzido irá manter a temperatura do corpo em períodos longos de frio. Nesses animais, durante a hibernação, o sangue que fica na rede de vasos sanguíneos dentro desses tecidos se aquece, sendo "bombeado" para outras partes do corpo na hora do despertar para o verão, fazendo o organismo voltar a funcionar completamente. Nos seres humanos, esse tecido é mais importante nos recém-nascidos, para protegê-los do frio. É um tecido que só é formado enquanto o bebê está no ventre, não sendo mais produzido na vida pós-natal.








PATOLOGIAS DO TECIDO CARTILAGINOSO



Citaremos quatro patologias:



1. Gengivite

2. Leucemia

3. Edema

4. Obesidade





Gengivite


Sinônimos: Inflamação da gengiva, doença periodontal.
A gengivite é a inflamação das gengivas, decorrente da falta de uma boa higienização. Causada pela irritação provocada pela placa bacteriana, sua principal característica é a alteração da coloração da gengiva. De um vermelho claro e brilhoso, a gengiva adquire a coloração avermelhada intensa e sem brilho. Outras características são a sensibilidade mais intensa na gengiva e o seu sangramento.





Causas


A gengivite é uma forma de doença periodontal. A doença periodontal consiste em inflamação e infecção que destrói os tecidos que dão sustentação aos dentes, inclusive as gengivas, os ligamentos periodontais e os ossos alveolares.
Danos às gengivas resultantes de qualquer causa, inclusive de excessiva escovação ou limpeza com fio dental vigorosa, podem causar gengivite.A gengivite é resultado dos efeitos a longo prazo do acúmulo de placas. A placa é um material grudento feito de bactéria, muco e resíduos de comida que se desenvolve nas partes expostas dos dentes. É a maior causa de cárie dentária. Se a placa não for removida, ela se transforma em um depósito duro chamado de tártaro, que fica preso na base do dente. A placa e o tártaro irritam e inflamam as gengivas. As bactérias e as toxinas produzidas pela placa e pelo tártaro deixam as gengivas infectadas, inchadas e sensíveis.
As seguintes situações aumentam o risco de desenvolver a gengivite:
  • Moléstias em geral
  • Higiene dental precária
  • Gravidez (mudanças hormonais aumentam a sensibilidade das gengivas)
  • Diabetes não controlado
Ainda, dentes desalinhados, pontas de obturação ásperas ou aplicações bucais mal encaixadas ou mal limpas (tais como aparelhos, dentaduras, pontes e coroas) podem irritar as gengivas e elevar o risco da inflamação.
Também estão associados à gengivite medicamentos como fenitoína e pílulas anticoncepcionais, além de metais pesados, como chumbo e bismuto.
Muitas pessoas têm gengivite em graus variáveis. Geralmente surge na puberdade ou no ínicio da vida adulta, devido a mudanças hormonais, e pode persistir ou reaparecer com frequência, dependendo da saúde dos dentes e das gengivas.





Sintomas da Gengivite

  • Sangramento nas gengivas(sangue ao escovar, mesmo quando se escova os dentes suavemente)
  • Gengivas com um aspecto de um vermelho vivo ou arroxeado
  • Gengivas sensíveis somente quando se toca nelas
  • Lesões na boca
  • Gengivas inchadas
  • Gengivas com um aspecto de brilho.


Tratamento 



O objetivo é reduzir a inflamação. Os dentes são completamente limpos por um profissional. Isso pode envolver o uso de vários instrumentos ou aparelhos para soltar e remover os acúmulos dos dentes.

Uma higiene oral cuidadosa é necessária após a limpeza dentária profissional. O profissional vai mostrar como escovar e como usar o fio dental. Além da escovação e do uso do fio dental, pode ser recomendada a realização de limpeza duas vezes por ano, ou com mais frequência em casos mais graves. Além de uma escovação e uma limpeza com fio dental cuidadosa e frequente, o uso de enxaguantes bucais antibacterianos ou outros produtos pode ser aconselhado.

Recomenda-se o reparo de dentes desalinhados ou a substituição de aparelhos ortodônticos e dentários. Quaisquer outras doenças subjacentes devem ser tratadas.


Prevenção

Uma boa higiene oral é a melhor prevenção contra a gengivite, pois remove a placa que causa o transtorno. Os dentes devem ser escovados pelo menos duas vezes ao dia e o fio dental deve ser suavemente usado pelo menos uma vez ao dia. Para pessoas propensas a terem gengivite, recomenda-se a escovação e o uso do fio dental após cada refeição e antes de dormir. Consulte seu dentista para receber instruções de técnicas de escovação e de uso do fio dental apropriadas.
Ferramentas ou acessórios especiais podem ser recomendados a pessoas muito propensas a terem depósitos de placas. O uso de suplementos não substitui de forma alguma a escovação e o uso do fio dental. Os acessórios e as ferramentas podem incluir palitos especiais, escovas de dentes, irrigadores ou outros acessórios. O dentista ainda pode indicar o uso de pastas de dentes ou enxaguantes bucais anti-placa ou antitártaro.
A realização regular de uma limpeza oral profissional é importante para remover a placa, que pode se desenvolver mesmo com escovação e uso de fio dental meticulosos. Muitos dentistas aconselham uma limpeza dental pelo menos de seis em seis meses.


Leucemia



A leucemia é um tipo de câncer que acomete os glóbulos brancos produzidos pela medula óssea.

A medula óssea é um tecido líquido gelatinoso encontrado no interior dos ossos, principalmente esterno e bacia, conhecido por alguns como tutano. É na medula óssea que ocorre a produção de hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas, constituintes do sangue. As hemácias são as responsáveis por transportar o oxigênio dos pulmões até os órgãos e tecidos, e o gás carbônico dos órgãos e tecidos até os pulmões. Os leucócitos são importantes “soldados” do nosso sistema imunológico, nos protegendo de infecções, e as plaquetas auxiliam no processo de coagulação sanguínea.

A leucemia é um câncer que atinge os leucócitos produzidos pela medula óssea. É uma doença que se caracteriza pelo acúmulo de leucócitos anormais na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção de hemácias, leucócitos e plaquetas. Essas células anormais, chamadas de células leucêmicas ou células cancerosas, podem invadir outros órgãos, como fígado, baço, linfonodos, rins e cérebro. A leucemia é classificada de acordo com o tipo de leucócitos que afetam, e por isso são chamadas de leucemia linfocítica, linfoblástica, ou linfoide, quando atinge os linfócitos; e leucemia mieloide, quando atinge os mielócitos.  Além disso, pode se apresentar de duas formas, aguda e crônica. Na forma aguda, as células são imaturas, não desempenham seu papel como deveriam e se reproduzem aceleradamente; enquanto que na forma crônica, as células são maduras, e podem manter algumas de suas funções, além de se reproduzirem de forma lenta.




Classificação


Leucemia aguda é caracterizada pelo crescimento rápido de células imaturas do sangue. O tratamento deve ser imediato pela rápida progressão e acumulo de células malignas que invadem a circulação periférica e outros órgãos. Geralmente acomete em crianças, adultos e jovens.







     Leucemia crônica é caracterizada pelo aumento de células maduras mas anormais. Sua progressão pode demorar de meses a anos. Geralmente acomete pessoas mais velhas.




Leucemias Linfoides — comprometimento da linhagem linfoide, que indicam que uma mudança cancerosa ocorreu em um tipo de célula da medula óssea que geralmente toma forma de linfócitos.


Leucemias Mieloides — comprometimento da linhagem mieloide, que indicam que uma mudança cancerosa ocorreu em um tipo de célula da medula óssea que normalmente toma forma de hemácias, alguns tipos de leucócitos e plaquetas. 

A sua causa (etiologia) precisa é desconhecida. Sabe-se que, a depender do subtipo, estão envolvidas alterações gênicas e cromossômicas específicas.



Causas


Não existe uma causa única para todos os tipos de leucemias. Cada tipo de leucemia possui sua própria causa. Suspeita-se de ser causada por fatores diversos, dentre eles: herança genética, desencadeamento após contaminação por certos tipos de vírus, radiação, poluição, tratamento quimioterápico entre outros. Algumas vezes, pensa-se muito a respeito da baixa imunidade (onde células podem destruir células cancerígenas)ou alguma falha no sistema imunológico que fizesse com que alguma célula anormal não fosse destruída e se reproduzisse, dando início ao câncer. Não se pode determinar de forma exata como a leucemia se desencadeia em um indivíduo específico, mas é possível verificar através de seu próprio histórico a possível causa.


Sintomas 


As manifestações clínicas da leucemia são secundárias à proliferação excessiva de células imaturas (blásticas) na medula óssea, que infiltram os tecidos do organismo, tais como: amídalas, linfonodos (íngua), pele, baço, rins, sistema nervoso central (SNC) e outros. A proliferação rápida das células leucêmicas faz com que estas vão ocupando cada vez mais a medula óssea, não deixando mais as células normais (hemácias, leucócitos e plaquetas) se reproduzirem normalmente e saírem da medula óssea, causando sintomas diferentes a cada tipo da doença, tais como:

Síndrome anêmica: aparecem pela redução da produção dos eritrócitos pela medula óssea.

  • Sonolência;
  • Cansaço;
  • Irritabilidade e fraqueza;
  • Pouca fome, consequentemente, emagrecimento;
  • Palpitações;
  • Dores de cabeça;
  • Tonturas;
  • Desmaios;
  • Queda de Cabelos;
  • Palidez.

Síndrome trombocitopênica (hemorragias): aparecem pela redução de plaquetas que são de grande importância para a coagulação do sangue, pois evitam os sangramentos.


  • Hematomas (manchas roxas) grandes que aparecem sem trauma algum;
  • Hematomas (manchas roxas) que aparecem e reaparecem, sucessivamente, após pequeno trauma;
  • Petéquias(pequenas pintinhas vermelhas de sangue que aparecem na pele);
  • Petéquias dentro da boca;
  • Epistaxe;
  • Sangramento gengival;
  • Menstruação excessiva;
  • Algumas vezes, sangue nas fezes.

Síndrome leucopênica (mais neutropênica):aparecem pela diminuição de leucócitos normais, principalmente os neutrófilos, que atuam na defesa do organismo contra infecções.

  • Infecções freqüentes;
  • Língua dolorida, machucada;
  • Aftas, machucados frequentes que aparecem e reaparecem dentro da boca ou no lábio;
  • Febre;
  • Algumas vezes, suor excessivo durante a noite e gânglios linfáticos saltados;
  • Esplenomegalia e/ou Hepatomegalia (alargamento do baço e/ou fígado).
  • Ocasionalmente, também pode ocorrer:
  • Infiltração das células leucemias nos órgãos, tecidos e ossos causando:
  • Dor nos ossos;
  • Dor no esterno;
  • Dor nas articulações;
  • Problemas nos órgãos.


Esses sintomas geralmente aparecem em "tríade", ou seja, pelo menos, um sintoma de cada síndrome (anemia, plaquetopenia, leucopenia). Por exemplo, uma pessoa pode apresentar sonolência, manchas roxas e febre. Porém, existem casos raros em que a pessoa apresenta apenas uma anemia normocítica de difícil tratamento.

Diagnóstico laboratorial


  • Hemograma: ao fazer um exame de rotina, pode-se notar um hemograma anormal sugestivo de leucemia com presença de células imaturas ou uma proliferação excessiva de células aparentemente maduras. O hemograma não serve para classificar a leucemia, mas geralmente é o primeiro exame a ser notado alguma alteração. Também se verifica se há presença de anemia e trombocitopenia.
  • Mielograma: É um exame de grande importância para o diagnóstico, através da análise da morfologia das células e com o uso de provas citoquímicas. O mielograma é usado também para a avaliação da resposta ao tratamento, indicando se, morfologicamente, essas células leucêmicas foram erradicadas da medula óssea (remissão completa medular). Esse exame é feito sob anestesia local e consiste na aspiração da medula óssea seguida da confecção de esfregaços em lâminas de vidro, para exame ao microscópio. Os locais preferidos para a aspiração são a parte posterior do osso ilíaco (bacia) e o esterno (parte superior do peito). Durante o tratamento são feitos vários mielogramas.
  • Punção lombar: A medula espinal é parte do sistema nervoso, que tem a forma de cordão, e por isso é chamada de cordão espinhal. A medula é forrada pelas meninges (três membranas). Entre as meninges circula um líquido claro denominado líquor. A punção lombar consiste na aspiração do líquor para exame  citológico e também para injeção de  quimioterapia com a finalidade de impedir o aparecimento (profilaxia) de células leucêmicas no SNC ou para destruí-las quando existir doença (meningite leucêmica) nesse local. É feita na maioria das vezes com anestesia local e poucas vezes com anestesia geral. Nesse último caso, é indicado em crianças que não cooperam com o exame.
  • Citometria de fluxo: Pesquisa alguns marcadores de superfície das células imaturas. No caso de uma leucemia linfóide aguda é possível saber se a proliferação é de linfócito T ou B.

Tratamento



Como geralmente não se conhece a causa da leucemia, o tratamento tem o objetivo de destruir as células leucêmicas  para que a medula óssea volte a produzir células normais. O grande progresso para obter cura total da leucemia foi conseguido com a associação de medicamentos (poliquimoterapia), controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou combate da doença no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). Para alguns casos, é indicado o transplante de medula óssea. 



Fases do tratamento


       A primeira tem a finalidade de atingir a remissão completa, ou seja, um estado de aparente normalidade que se obtém após a poliquimioterapia. Os quimioterápicos mais utilizados são a citarabina (100–200 mg/m² por 7 dias) e a daunorrubicina (30–60 mg/m² por 3 dias). Este esquema é conhecido como 7+3. Esse resultado é conseguido entre um e dois meses após o início do tratamento (fase de indução de remissão), quando os exames não mais evidenciam células leucêmicas. Isso ocorre quando os exames de sangue e da medula óssea (remissão morfológica) e o exame físico (remissão clínica) não demonstram mais anormalidades.

Entretanto, as pesquisas comprovam que ainda restam no organismo muitas células leucêmicas (doença residual), o que obriga a continuação do tratamento para não haver recaída da doença. Nas etapas seguintes, o tratamento varia de acordo com o tipo de leucemia (linfóide ou mielóide), podendo durar mais de dois anos nas linfóides e menos de um ano nas mielóides.


São três fases:


  •         Consolidação (tratamento intensivo com substâncias não empregadas anteriormente);
  •        Reindução (repetição dos medicamentos usados na fase de indução da remissão) e
  •        Manutenção (o tratamento é mais brando e contínuo por vários meses).



Por ser uma poliquimioterapia agressiva, pode ser necessária o internamento do paciente nos casos de infecção decorrente da queda dos glóbulos brancos normais pelo próprio tratamento.


Principais procedimentos médicos

 


·         Cateter Venoso Central: Como o tratamento da leucemia aguda pode alcançar até três anos de duração e requer repetidas transfusões e internações, recomenda-se a implantação de um cateter de longa permanência em uma veia profunda, para facilitar a aplicação de medicamentos e derivados sanguíneos além das frequentes coletas de sangue para exames, evitando com isso punções venosas repetidas e dolorosas.



·         Transfusões: Durante o tratamento, principalmente na fase inicial, os pacientes recebem, quase diariamente, transfusões de hemácias e de plaquetas, enquanto a medula óssea não recuperar a hematopoese (produção e maturação das células do sangue) normal.

Edema


   Sinônimos: Edema; Anasarca.
      Inchaço é a dilatação de órgãos, da pele ou de outras partes do corpo. O inchaço é causado pelo aumento de líquido nos tecidos. O líquido extra pode levar ao aumento rápido do peso em um curto período de tempo (dias a semanas).
     O inchaço pode ocorrer em todo o corpo (generalizado) ou apenas em uma parte dele (localizado).
    Inchaço leve (edema) das pernas é comum nos meses quentes do verão, especialmente se a pessoa fica muito em pé ou caminhando.
    O inchaço geral, ou edema volumoso e pesado (também chamado de anasarca) é um sinal comum em pessoas muito doentes. Embora um edema leve seja difícil de se identificar, o inchaço significativo é muito evidente.  

     

·      Edema depressível deixa uma depressão na pele após a área ser comprimida com o dedo por cerca de 5 segundos. A depressão voltará a ser preenchida lentamente.

·       Edema não depressível não deixa essa depressão quando se pressiona a área inchada.





Causas

  •       Glomerulonefrite aguda
  •       Queimaduras, incluindo as solares
  •       Doença renal crônica
  •       Insuficiência hepática resultante de cirrose
  •       Síndrome nefrótica
  •       Má nutrição
  •       Gravidez
  •       Pouca albumina no sangue (hipoalbuminemia)
  •       Excesso de sal ou de sódio
  •       Uso de certas drogas incluindo -Esteroides androgênicos e anabólicos
  •       Bloqueadores dos canais de cálcio
  •       Certos medicamentos para pressão arterial
  •       Corticosteroides como prednisona
  •       Drogas anti-inflamatórias não esteroides (AINES)

Cuidados em casa:


    Siga as recomendações de tratamento do seu médico. Se você tem inchaço há muito tempo, pergunte ao seu médico sobre as opções para prevenir a fragmentação da pele, como:


  •          Boia
  •        Colchão para reduzir pressão com revestimento de lã de cordeiro


      Continue com suas atividades diárias. Ao se deitar, mantenha braços e pernas acima do nível do coração, se possível, para que o líquido possa ser drenado. Entretanto, não faça isso se você ficar com falta de ar. Em vez disso, consulte seu médico.


Tratamento




    O tratamento pode incluir a eliminação do sal, uso de diuréticos ou de fluidos aquosos. Sua ingestão e eliminação de líquidos deverá ser monitorada e você deverá ser pesado diariamente.

      Evite o álcool se a causa do problema for doença hepática  (como cirrose ou hepatite). Pode ser recomendado o uso de meias elásticas.

Obesidade


Sinônimos: Excesso de peso corporal, acúmulo de gordura.
       A obesidade é uma doença crônica que afeta  indivíduos física, psíquica e socialmente, podendo ser causada por múltiplos fatores tais como doenças endocrinológicas e psiquiátricas, genética, ausência ou diminuição da atividade física, comportamento alimentar inadequado, além dos fatores emocionais. 
       As condições associadas à obesidade, como doenças cardiovasculares, diabetes, dislipidemia,hipertensão, alguns tipos de tumores como o câncer  de cólon, reto e próstata em homens obesos e de câncer de mama, vesícula e endométrio em mulheres obesas, também estão aumentando. A obesidade ainda predispõe a doenças como colelitíase  (“pedras na vesícula”), osteoartrite, osteoartrose, esteatose hepática, apnéia obstrutiva do sono, alterações dos ciclos menstruais e redução da fertilidade. 
    Todas estas situações podem ser melhoradas com o emagrecimento. Uma redução de 5% a 10% no seu peso corpóreo é uma medida efetiva ao combate das condições mórbidas que aumentam o risco cardiovascular. Basta você decidir se quer ou não mudar os seus hábitos.




Causa


   As condições que podem levar à obesidade são responsáveis por menos de 2% dos casos de obesidade.

      Noventa e cinco por cento das pessoas tornam-se obesas por dois motivos: ou porque comem exageradamente e/ou porque gastam poucas calorias, mesmo que algumas insistam em dizer que não comem quase nada.
   O excesso de gordura resulta de sucessivos balanços energéticos positivos, ou seja, a quantidade de energia ingerida é superior à quantidade de energia dispendida. Os fatores que determinam este desequilíbrio podem ter origem genética, metabólica, ambiental e comportamental.





Fatores de risco


     É possível se tornar obeso e não apresentar os fatores de risco descritos abaixo, mas quanto mais fatores de risco você tiver, maior será sua predisposição para se tornar obeso.


  •        Dietas calóricas e pobres em nutrientes fazem com que o indivíduo ingira mais calorias do que as que queima a cada dia, aumentando o risco de se tornar obeso.
  •     Sedentarismo: caso você não faça exercícios físicos o suficiente para queimar calorias, você corre o risco de se tornar obeso.
  •    Turnos variados de trabalho: aumentam o risco de obesidade.
  •     Doenças e medicações: o uso de certas medicações, algumas doenças hereditárias e desequilíbrios hormonais como doenças da tireóide ou Doença de Cushing aumentam o risco de obesidade.  Além disso, há uma tendência familiar para o desenvolvimento de obesidade, mas a razão disto ainda não é bem entendida.
  •      Fumo: quando alguém pára de fumar, o seu peso pode aumentar. Entretanto, esta tendência pode ser superada pela redução das calorias ingeridas e pelo aumento das atividades físicas neste período. De modo geral, os benefícios para a saúde quando uma pessoa deixa de fumar excedem os riscos do ganho temporário de peso nesta situação.
  •        Idade: a incidência de obesidade mais do que dobra entre as idades de 20 a 55 anos. Entretanto, isso pode estar relacionado à diminuição das atividades físicas nesta faixa etária.
  •      Raça: há uma alta incidência de obesidade entre grupos étnicos. Nos Estados Unidos, a obesidade afeta 66% das mulheres negras de meia idade; 68% das mulheres mexicanas, comparado a 45% das mulheres brancas.
  •     Ansiedade: estudos mostram que um em cada quatro casos de obesidade está associado com alterações do humor ou ansiedade, mas a relação causal ainda não está clara.
  •      Residência em zona urbana: quanto mais urbanizada é a zona de residência, maior é a prevalência de obesidade.
  •     Grau de informação dos pais: quanto menor o grau de informação dos pais, maior a prevalência de obesidade.
  •      Gravidez e menopausa: podem contribuir para o aumento do armazenamento da gordura na mulher com excesso de peso.

Conseqüências da obesidade 


      A obesidade pode acarretar sérios riscos à saúde. Segundo a cartilha da Organização Pan-Americana de Saúde, o índice de massa corporal acima do ideal contribui para cerca de 58% do diabetes, 21% das cardiopatias isquêmicas e entre 8% e 42% de certos tipos de câncer.






  Consequências da obesidade para a saúde:





  •  Aparelho cardiovascular: hipertensão arterial, arteriosclerose, insuficiência cardíaca congestiva e angina do peito ( dor no peito).
  •       Complicações metabólicas: hiperlipidemia, intolerância à glicose, diabetes tipo 2, gota.
  •   Sistema respiratório: dispnéia, fadiga, síndrome de insuficiência respiratória do obeso, apnéia do sono e embolia  pulmonar.
  •     Aparelho gastrintestinal: esteatose hepática, colelitíase, refluxo gastroesofágico e carcinoma do cólon.
  •    Aparelho genito-urinário e reprodutor: infertilidade e amenorreia, incontinência urinária de esforço,hiperplasia e carcinoma do endométrio, carcinoma da mama, carcinoma da próstata, hipogonadismo hipotalâmico e hirsutismo.
  •      Outras alterações: osteoartroses  insuficiência venosa crônica, risco anestésico, hérnias e propensão a quedas.
  •         Alterações socio-econômicas e psicossociais: discriminação educativa, laboral e social; isolamento social; depressão e perda de auto-estima.


Prevenção


     A prevenção da obesidade adulta deve ter como alvo prioritário o tratamento com êxito da obesidade infantil. Cerca de 30 % das crianças obesas tornam-se adultos obesos. Além disso, a obesidade da criança que persiste na vida adulta é uma forma mais grave de obesidade, trazendo mais doenças e mortalidade do que a que se instala na vida adulta.

       A prevenção da sobrecarga ponderal ou a reversão de pequenos ganhos de peso é mais fácil e potencialmente mais eficaz do que tratar uma obesidade instalada. 




     As principais medidas de prevenção baseiam-se em conhecer o problema e melhorar a capacidade de lidar com ele através de estratégias de educação, alteração do comportamento e a redução da exposição a um ambiente promotor de obesidade. A promoção de padrões de alimentação saudável e atividades físicas regulares colaboram muito para que esta doença seja evitada.


Tratamento


         O tratamento deve ser baseado em uma mudança em seus hábitos alimentares, com a restrição na ingestão de calorias e a prática regular de atividades físicas de acordo com o que for adequado e orientado para cada pessoa. Todas essas modificações exigem sua participação ativa e a conscientização em relação à importância de suas atitudes no futuro de sua saúde.

       O médico deve detectar os fatores que interferem de forma negativa no sucesso do seu tratamento para que este seja sustentável a longo prazo, antes de iniciar a perda de peso propriamente dita.
       O primeiro passo a ser avaliado é se existe uma motivação real para o desejo de perder peso. Um programa de perda de peso vai exigir dedicação e disciplina por parte de quem deseja emagrecer. Toda mudança de hábito é inicialmente complicada, mas as vantagens advindas dessa mudança fazem com que as pessoas permaneçam buscando melhorias concretas.
        Motivação através da informação sobre as dificuldades e os benefícios das mudanças de comportamento necessárias e suporte para que estas mudanças possam realmente acontecer são de extrema importância para o sucesso do tratamento.
        A história dos seus hábitos alimentares é importante tanto para estabelecer um plano dietético como para a identificação de distúrbios de comportamento alimentar, que podem impedir a obtenção de resultados satisfatórios. A compulsão alimentar, o comer noturno e a necessidade de comer induzidos por certas condições emocionais devem ser explorados e tratados com cuidado.
      O médico deve informar que a tendência ao ganho de peso não desaparece com o tratamento, sendo geneticamente determinada. Você precisa ter em mente que a predisposição para ganhar peso é um problema crônico. Isto ajuda a adotar as mudanças nos hábitos alimentares e a entender que a prática de exercícios físicos regulares deve persistir por toda a vida. Por isso, é importante que a atividade física a ser realizada traga prazer e o plano dietético deve começar a fazer parte de um hábito alimentar normal.
  •     Mudanças exigem, muitas vezes, um longo período de adaptação e o encontro de fontes alternativas de prazer que substituam o ato de comer. Assim sendo, as vantagens e desvantagens de tais mudanças devem ser avaliadas e você deve sentir-se livre para decidir, levando em conta as perspectivas do ponto de vista médico.
    O estresse e a depressão são condições que podem predispor ao descontrole para comer, principalmente naqueles que não se sentem motivados para começar um tratamento. Estas condições associadas à auto-imagem negativa e à baixa auto-estima, dificultam os relacionamentos sociais, interferem no comportamento sexual e são fatores importantes que levam à falta de motivação e à sensação de impotência  quanto às mudanças necessárias. É importante que o seu médico esteja atento e elimine estas barreiras deixando que você expresse os seus sentimentos. O aprendizado de técnicas de relaxamento, ioga e meditação podem ajudar a lidar com este tipo de descontrole para comer.




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