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OBESIDADE: MITOS E FATOS

Por: Drauzio Varella
Receitas e dietas para emagrecer são como o capim; estão em toda parte. Talvez não exista campo da medicina com tantos mitos e pressuposições divulgadas pelos meios de comunicação, sem evidências científicas que lhes deem suporte.
New England Journal of Medicine publicou uma revisão, na qual foram avaliadas as informações sobre obesidade transmitidas pela internet, imprensa escrita e literatura científica.
O estudo identificou sete mitos divulgados como verdades científicas:
1 – Pequenas reduções do aporte calórico diário ou pequenos aumentos do gasto energético provocam emagrecimento significativo mantido por períodos longos.
A sugestão de que devemos esperar grandes reduções de peso em resposta a pequenas mudanças no estilo de vida, deriva da regra das 3.500 kcal (calorias, popularmente) estabelecida há meio século, segundo a qual cada redução dessa quantidade de calorias na dieta faz perder 450 gramas de peso corpóreo.
Levantamentos recentes mostram que existe grande variabilidade individual nessa perda, porque, quando o peso cai, as necessidades energéticas básicas do organismo diminuem. Em outras palavras, quando a pessoa emagrece a energia que o corpo precisa para funcionar em repouso também diminui. Essa relação explica por que as dietas funcionam bem no início, mas vão perdendo a eficácia à medida que o peso diminui.
2 – Estabelecer alvos modestos, mais realistas, funcionam melhor do que pretensões de perder muitos quilos.
Embora evitar a frustração por haver fracassado em atingir metas de emagrecimento mais ambiciosas tenha certa lógica, as evidências científicas apontam na direção oposta: programas que propõem perdas substanciais apresentam resultados melhores.
3 – Emagrecimento rápido e acentuado está mais associado ao efeito sanfona do que o lento e gradual.
Nos estudos clínicos, o emagrecimento rápido tem sido associado à manutenção do peso mais baixo por tempo mais prolongado.
Embora não esteja claro por que algumas pessoas obesas têm uma perda inicial mais rápida do que outras, recomendar pequenas reduções mais lentas pode comprometer o sucesso do tratamento.
4 – Nos programas de emagrecimento, é importante que um profissional avalie periodicamente a dieta ingerida.
Cinco estudos envolvendo 3.910 pessoas submetidas à reeducação alimentar que tiveram suas dietas avaliadas em intervalos regulares, não mostraram benefícios desse cuidado. Quem entra voluntariamente num programa para perder peso, de modo geral está minimamente disposto a mudar a dieta.
5 – Aulas de educação física nas escolas contribuem para combater a obesidade infantil
As aulas convencionais não produzem gasto energético suficiente e continuado para evitar a obesidade.
6 – A amamentação protege contra a obesidade
Um estudo conduzido com 13 mil crianças acompanhadas por mais de seis anos, não encontrou evidências de que crianças amamentadas no seio materno engordem menos.
7 – A atividade sexual queima até 300 calorias.
Nas fases de excitação e orgasmo um homem de 70 kg queima cerca de 3,5 calorias por minuto. Como a média de duração de uma relação sexual é de 6 minutos, o total consumido seria de 21 calorias. Se estivesse no sofá assistindo à televisão, nesse período ele teria gasto sete calorias.
Agora, vamos aos fatos:
1 – Embora fatores genéticos tenham papel importante na obesidade, hereditariedade não é destino.
2 — Mudanças no estilo de vida são mais eficazes do que os remédios para emagrecer.
3 – Dietas ajudam a perder peso, mas não é fácil mantê-las por longos períodos.
4 – Independentemente do emagrecimento, qualquer aumento da atividade física faz bem para o organismo.
5 – Manter no dia a dia as mesmas condições que provocaram perda de peso colabora para a manutenção da perda.
6 – Crianças obesas se beneficiam de programas que envolvem a família inteira.
7 – A substituição de refeições por produtos dietéticos com baixo teor calórico colabora para a perda de peso.
8 – Alguns medicamentos ajudam a perder peso e a mantê-lo mais baixo, mas apenas enquanto estão sendo utilizados.
9 – Em casos selecionados, a cirurgia bariátrica provoca emagrecimento duradouro, reduz a incidência de diabetes e a mortalidade.




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OSTEOARTRITE/ARTROSE

 Por: Drauzio Varella

Popularmente conhecida como artrose, a osteoartrite é uma doença das articulações caracterizada por degeneração das cartilagens, acompanhada de alterações das estruturas ósseas vizinhas.
É a mais comum das doenças reumáticas: 80% a 90% das pessoas acima de 40 anos já mostram sinais de osteoartrite ao raio X. Mulheres e homens são acometidos na mesma proporção.
Se as cartilagens articulares não existissem um osso se chocaria contra outro. Ao impacto, as cartilagens são comprimidas e expulsam água de seu interior, que é reabsorvida quando as forças compressivas relaxam. A osteoartrite resulta do aumento de conteúdo líquido no interior do tecido cartilaginoso.
O principal sintoma é a dor articular de instalação insidiosa, que aumenta de intensidade com o passar dos anos. Fases mais sintomáticas costumam ser seguidas por outras com regressão do quadro.
No início, a dor surge com o movimento e desaparece com o repouso. Com o tempo, pode ocorrer enrijecimento e diminuição da mobilidade articular. O enrijecimento tende a desaparecer segundos ou minutos depois da movimentação, diferença importante com os casos de artrite reumatoide em que chega a persistir por horas.
As articulações mais acometidas são:
1) Mãos: afeta principalmente as juntas entre a segunda e a terceira falange, provocando abaulamentos (nódulos de Heberden). Mais raramente esses nódulos surgem na articulação da primeira com a segunda falange (nódulos de Bouchard). Vermelhidão local, dor e inchaço instalam-se ocasionalmente;
2) Joelhos: pode haver derrame articular, dor e alargamento das estruturas ósseas vizinhas, com ou sem crepitação (como se houvesse areia na junta). Nas fases mais avançadas as deformidades desalinham os ossos;
3) Coxofemurais: a dor é sentida na virilha ou na região lateral da junta, com eventual irrradiação para as nádegas ou para os joelhos. Como defesa, os pacientes rodam a coxa para fora e dobram a perna, dando a impressão de que o membro encurtou;
4) Coluna: quando o comprometimento do disco entre as vértebras e as alterações ósseas vizinhas comprimem as raízes nervosas que emergem da coluna, surgem dor, espasmos, atrofias musculares e limitação de movimentos. Os locais mais acometidos são a coluna cervical baixa e as últimas vértebras lombares. A radiografia pode mostrar osteófitos (bicos de papagaio), cuja presença não guarda relação direta com a dor.
Não existe tratamento que retarde a evolução ou reverta o processo patológico que conduz à osteoartrite.
As seguintes medidas gerais são úteis em todos os casos:
1) Repousar depois de atividade que solicite a articulação comprometida;
2) Adotar postura cuidadosa ao sentar, levantar objetos e andar, para evitar posições forçadas que sobrecarreguem a articulação.
3) Evitar pesos e atividades causadoras de impactos repetitivos.
4) Usar calçados confortáveis que ofereçam boa base de apoio; não calçar sapatos com os calcanhares desgastados.
5) Praticar exercícios isométricos que fortaleçam a musculatura para conferir estabilidade à articulação.
6) Evitar a obesidade.
7) Nos casos mais avançados, o uso de bengalas, andadores, corrimãos e alças de apoio no banheiro é fundamental.
Os medicamentos mais empregados para aliviar os sintomas são:
1) Ácido acetilsalecílico e analgésicos comuns como acetaminofeno ou dipirona, mas sua ação é pouco duradoura. O ácido acetilsalecílico pode alterar a coagulação e causar sangramentos;
2) Corticosteroides não são usados de rotina. Em casos excepcionais, a injeção intra-articular alivia dores rebeldes, mas a repetição é capaz de lesar ainda mais os tecidos;
3) Embora seja considerada enfermidade não inflamatória, as alterações das cartilagens costumam atrair infiltrado inflamatório para o local. Esse componente pode ser reduzido com os chamados anti-inflamatórios não esteróides.
Em casos bem selecionados a cirurgia pode trazer benefícios.





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Edema

 Por: Colunista Portal



Os líquidos no nosso organismo estão distribuídos em 3 compartimentos: espaço intravascular (EI), espaço intersticial (EIC) e espaço celular (EC). Quando ocorre acúmulo de líquidos no espaço extra-celular ou em cavidades naturais, é caracterizado um edema. O edema ocorre quando temos um aumento da passagem de líquido do E. Intravascular para o E. Intersticial ou uma diminuição do retorno do E. Intersticial para o E. Intravascular. 

As forças que fazem com que os líquidos passem de um espaço para o outro são: 
a) Pressão hidrostática (arterial = 37 mmHg, venosa = 15 mmHg); 
b) Pressão coloidosmótica (venosa = arterial = 28 mmHg): atrai a água para um determinado local por ter grande quantidade de proteínas (faz sair do interstício para os capilares); 
c) Pressão tecidual. 
A diferença entre P. hidrostática e P. coloidosmótica faz com que os líquidos se movimentem, havendo saída de líquido na extremidade arterial (9 mmHg) e entrada na extremidade venosa (13 mmHg). Se houver uma falha desse sistema ocorre o acúmulo de líquido no espaço intersticial. 

1. Edema Hemodinâmico: ocorre por dificuldade de retorno venoso, que vai causar um aumento da P. hidrostática (a parada ou diminuição do fluxo que vai do interstício para os vasos). 
- insuficiência cardíaca congestiva; 
- pericardite congestiva (dificulta a diástole); 
- cirrose hepática (aumento da P. hidrostática à nível de sistema porta): não há apenas o aumento de pressão, pode ocorrer também por hipoproteinemia, e também ocorre obstrução linfática no fígado. No caso da cirrose, o edema de membros inferiores ocorre por hipoproteinemia (insuficiência hepática diminui a síntese de albumina); 
- obstrução ou trombose nas vias (diminuição do retorno venoso); 
- dilatação arteriolar no calor (reversível). 

2. Edema Hipoproteinêmica (diminuição na P. coloidosmótica): ocorre na síndrome nefrótica, onde há edema renal que: começa de manhã ao redor da órbita (periorbital), com o passar do dia passa para os membros inferiores. Este também tem outros componentes: aumento da volemia (sist. renina-angiotensina-aldosterona ativado) aumenta a pressão hidrostática por retenção de Na+; 
- cirrose hepática; 
- má nutrição; 
- doença do cólon (eliminação de mucoproteínas); 

3. Edema por Retenção de Na+: 
- dieta excessiva de sal; 
- aumento da retenção de Na+ nos túbulos; 
obs.: causa aumento na volemia podendo causar edema hemodinâmico. 

4. Edema Mecânico (obstrução dos órgãos linfáticos): 
- filariose (elefantíase); 
- fibrose ganglionar (África); 
- tumores (destrói arquitetura linfática): 
por irradiação (radioterapia leva à fibrose e destruição); 
pós-cirúrgico (retirada dos gânglios axilares). 
Podemos ter edema na superfície ou em órgãos internos (cacifu: marca do edema externamente). Sua importância também depende da sua localização e intensidade. Ex.: edema de origem alérgica (picada de inseto, edema de glote por penicilina); edema do SNC; edema pulmonar (insuf. cardíaca aguda - prejudica as trocas gasosas - afogamento). Edema pericárdico em grande quantidade pode levar à tamponamento cardíaco.




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Leucemia

Por: Gabriela Cabral


Leucemia é o nome dado a cânceres no sangue. Ocorre quando a medula óssea produz grande quantidade de células brancas diminuindo assim a produção das células vermelhas e plaquetas. Com a produção exagerada de células brancas, estas não conseguem atingir a maturidade e adoecem impedindo que suas funções sejam desempenhadas normalmente. Tais alterações provocam anemia, infecções, hemorragias e manchas no organismo, pois os glóbulos vermelhos que levam o oxigênio por todo o corpo, os glóbulos brancos que combatem vírus e bactérias e as plaquetas que auxiliam na coagulação do sangue não mais desempenham suas funções adequadamente. Pode ser linfóide, quando as células anormais afetam os linfócitos, e mielóide, quando as células anormais afetam as células mielóides. Ainda pode ser classificada como aguda, quando há o crescimento quantitativo de células sanguíneas imaturas, e crônica quando há o crescimento quantitativo de células sanguíneas maduras e anormais. Apesar de não se conhecer as causas que originam a leucemia, acredita-se que pode haver ligações genéticas, radiação, poluição, falhas no sistema imunológico e outros. As células anormais presentes no sangue podem se impregnar em outros tecidos como nos rins, amígdalas, baço, linfonodos, sistema nervoso central e outros. Nesse período aparecem algumas manifestações clínicas como palidez, tontura, anorexia, cansaço, sonolência, hematomas, sangramento nasal, infecções, afta, febre, sudorese, dor nos ossos e articulações, etc. Tais sintomas aparecem de forma isolada ou não, mas a partir destas manifestações é que será feito o diagnóstico por meio de hemograma, mielograma, punção lombar ou citometria de fluxo. O tratamento é variável de acordo com a classificação da doença, mas independente de como é feito, busca destruir as células anormais a fim de que a medula óssea consiga produzir novamente células normais. Podem-se utilizar transfusões e quimioterapia isolada ou associada à terapia ortomolecular ou naturopática. 




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